domingo, 15 de maio de 2011

Walk the dinosaur

Deus Ex Machina



Penumbra de luz bruxuleante
no interno da cúpula escura e nauseante
onde a bomba principal manda o fluído que faz girar constante
as engrenagens
Dando vida ao que não quer ser vivo
Dando água ao que não mais tem sede
O vapor tóxico e enegrecido que circula nas bolsas
de ar viciado
O movimento, do que foi outrora
fraco, porém persiste
Atarracado e acorrentado
no mar de ar
das peças que querem se separar
o circuito mor
impulsos elétricos
não mais brilhantes
não mais intensos de amor
que fingem acontecer
o que acontece senão a programação
a ilusão
do que foi uma vida não vivida
Não há nenhum Deus saído da máquina
Só o grito metálico e melancólico
da ferrugem e da graxa
onde não mais se vê graça
Não há nenhum Deus dentro da máquina
sua rosa negra e apodrecida
é presa nas entranhas da alma
sem sopro de vida.