sábado, 28 de dezembro de 2013

Pedaços

O ano chega ao fim. Este posso dizer foi o ano mais turbulento que já passei. Vi muitos reclamarem.
Mas vai passar, assim como passaram os anteriores e o novo que está entrando agora também passará rapidamente.
Dando uma olhada no retrovisor, as estradas ficando mais empoeiradas, o horizonte ficando mais embaçado, o passado se tornando mais cinzento. Os acertos, os erros, as ilusões que fazem a vida se tornar o que é, o que aprendemos, da vida, do estudo, das pessoas. Aprendemos que, existem máscaras que usamos, mas que não conseguimos sustentar por muito tempo. Máscaras caem, derretem, e mostram o verdadeiro "eu" dentro de nós. Os personagens que criamos no reflexo uns dos outros. Pois a vida em sociedade não é nada mais que isso... Um grande espelho que reflete o que queremos enxergar. Mas é dificil aceitar que não é bem assim. Me dei ao luxo de me atrever, de falar, de escutar, de suportar, de provocar. Vi que posso sim, ser uma pessoa ruim, ninguém consegue ser bom o tempo todo, até mesmo porque ser conhecido como "o bonzinho" não é muito bom.
Permiti me machucar, mais até do que já machuquei, experimentei o agridoce de um sentimento não correspondido, do impossivel, mas e se eu no seu lugar te dissesse "eu te amo" e de repente fosse embora, como se sentiria? Com raiva e tristeza, não? Mas as cicatrizes um dia param de doer. Eu tenho muitas. Fisicas e espirituais. Mas creio que o tempo é o melhor remédio. Quem conviveu um pouco comigo nesse ano, sabe do que estou falando. Peço desculpas se fui muito repetitivo. Mas os amigos de verdade sempre escolhem ficar.
Aprendi que não se deve passar tempo demais na sua zona de conforto. Tente sempre algo diferente, algo que te tire do mesmo, da rotina, algo que você consiga projetar o seu eu. Seja numa pessoa que você gosta, no seu trabalho, estudo ou simplesmente em algo que você goste de fazer.

Aprendi que pessoas tem espinhos, assim como as rosas, que misturadas a sua beleza, os espinhos te fazem sangrar, assim como tenho uma rosa tatuada no meu braço pra me lembrar sempre disso. Uma rosa azul manchada de sangue rubro. Inspirada na capa do disco Black Rose do Thin Lizzy. São vários simbolismos a coisas ligadas a mim. Guns n' Roses, Torre Negra, simbolo de união dos opostos, símbolo de mistério, símbolo de coisas sagradas. Essa rosa vai servir pra me lembrar de todo o bem e todo o mal dentro de mim e de qualquer outra pessoa.


Quando criei meu personagem Jack, eu juntei tudo o que eu tinha reprimido no meu subconsciente. Toda raiva, angústia, sentimento de perda e morte, mas uma morte simbólica, um recomeço, exatamente o que, no coletivo, a virada do ano possa representar. Ele começa a história se levantando dos mortos. Procurando um novo começo. Resolver seus problemas para seguir em frente. Acho que ele é a minha sombra, meu oposto, mas ao mesmo tempo acho que ele é um arquétipo que projetei. Um anti-herói, ou alter ego. Ele, assim como eu é orgulhoso e um dia sei que vai cair. Sei que este será seu ciclo. Então nesse dia, enfrentaremos isso juntos. Já me disseram que ficaram com medo dele. Pode ser que tenha sido esta exatamente a intenção. Então se se meter com ele, sabe o que pode esperar.

Aprendi que, assim como eu o mundo também pode ser hipócrita, que a sociedade pode te pressionar a certas imposições. Mas eu sempre tive dificuldade em aceitar certas coisas. Pareço um cachorro, que mesmo apanhando não consegue largar seu osso. Não sei se isso é obstinação ou obsessão. Mas voltando a dizer, as máscaras caem, então procure sempre olhar pra dentro de você e aprenda a compreender a essência do "eu". Seja egoísta, as vezes. Isso é preciso. Mas aprenda a estender a mão quando precisarem de você.
Do mais espero juntar os pedaços do espelho que quebrei. Esse espelho simbólico que é o paradigma do seu proprio interior refletido nas mascaras da sociedade. Por mais que eu tente, não consigo usar máscaras. Pra olhar dentro de cada pedaço e escolher o que possa ficar e o que eu possa jogar fora. Assim, a minha palavra pra esse novo ano é: Esperança.