domingo, 16 de janeiro de 2011

ROLAND E JACK

Esse é um texto escrito pelo amigo e maníaco por Torre Negra, Silent Man. visitem o blog dele, contém escritos muito interessantes.


O pistoleiro caminhava por uma cidade fantasma cercada de sujeira e más lembranças. Não sabia realmente se estava em Todash ou não. Não sabia se aquilo era real ou sonho.
Não sabia mais aonde se encontrava o homem de preto(ou Marten, ou Randal Flagg), ou seja lá como ele se chamava. Mais ele não tinha perdido seu rastro. O KA sempre da um jeito nas coisas.
Ou era isso que ele esperava.
Entrara na cidade e misteriosamente se sentira cansado e disposto a descansar um pouco se encontra-se alguma alma viva ali.
“Você só pode estar louco, Roland” pensou, ”ficar cansado não é para você e encontrar alguma alma viva aqui parece igualmente impossível”.
Mas então ele ouviu algo. Na verdade sentiu um cheiro estranhamente familiar. Parecia o cheiro do cano fumegante de seu revolver. Mas como havia tiroteio em um lugar como aquele?
Roland segui-o. Chegou ao que parecia ser uma velha taverna. A velha placa com o nome do lugar escrito em vermelho balançava e fazia um barulho característico. O único murmúrio daquele lugar. Seu nome era Daniel´s.
O pistoleiro decidiu entrar. Entrou e viu que o lugar era limpo. Na verdade, não havia aonde ter sujeira, estava quase vazio. Exceto em um homem sentado em um banco perto de uma garrafa, tomando algo vermelho, mas não da cor do sangue. Então Roland tomou um susto. O homem que estava sentado tinha incrível semelhança com ele. Na verdade parecia que era ele próprio sentado lá. 
Ouviu a voz de seu mestre Cort lhe dizendo “Se é você lá, o que esta fazendo aqui?” Então, levou sua mão ao coldre de sua arma, mas parou quando o estranho homem levantou o rosto e olhou em seus olhos.
“Aqueles são olhos de pistoleiro”-pensou, e toda aquela história sobre a honra dos Homens de Eld passou-lhe pela cabeça. Levantou a mão e bateu 3 vezes com os dedos na garganta, então falou com o estranho:
“Boa tarde Sai, que seus dias sobre essa terra sejam longos”. Caminhou em direção do homem e viu o garçom chegar pela porta que dava aos fundos do lugar. Ele trazia um copo que estava limpando com um guardanapo branco. Na verdade, Roland procurava o banco que estava vazio ao lado do homem para se sentar e descansar, mesmo com Cort falando em sua cabeça que isso era uma amostra de como ele era fraco.
“Mister” disse o estranho enquanto abaixava a ponta de seu chapéu com a mão. Roland nunca havia ouvido essa expressão e imaginou que ela pertencia aos homens do outro lado do feixe de luz.
No balcão só se via uma garrafa daquele mesmo liquido estranho que o homem (igualmente estranho) estava bebendo junto ao seu copo. O provável garçom ofereceu uma bebida a Roland, mais na verdade o pistoleiro não conhecia nenhuma das bebidas que lhe haviam oferecido.
“Tudo é desconhecido aqui nesse lugar...” pensou e não esboçou vontade nenhuma de experimentar uma das novas bebidas que acabara de tomar ciência.
Então, o estranho homem de chapéu e cara de mau sentado na cadeira ao lado fez um gesto para o garçom e lhe pediu outro copo. Colocou na mesa e colocou um pouco do liquido estranho nela.
“Tome, Mister, vai lhe fazer bem como água”.
Empurrou para Roland e este tomou um gole apenas para conferir a verdade. O liquido entrou queimado entre seus órgãos, mas de alguma forma era confortante naqueles dias solitários.
“Obrigado-sai. O que vocês fazem em um lugar como este? Se torna estranho quando alguém esta em uma cidade de ninguém” – Perguntou Roland. O homem olhou mais uma vez para ele e agora ele pode ver seus olhos escuros e a morte estampada neles.
“Um lugar sem ninguém ainda é um lugar. E lugares como esse são raros.”-Ele respondeu para Roland e tomou mais gole daquela bebida. O garçom ouviu a conversa, deu um pequeno sorriso e foi para os fundos novamente.
“A única diferença daqui e da onde eu venho, é que lá não se podia deixar apenas sua bebida no balcão, hahaha”-Riu o homem e colocou a mão em um de seus revolveres. Roland viu que suas armas eram muito diferentes das que tinha. Elas eram mais brilhantes e não pareciam tão desgastadas com o tempo. Seu formato lembrava mais uma pistola do que um revolver e seu tamanho era quase igual ao tamanho dos revolveres de cabo de sândalo.
“Vejo que seu negócio também é chumbo, assim como o meu. Meu nome é Roland Deschain, filho de Steven. Acho que uma apresentação não nos fará mais estranhos. Quem é você?”
Ouvindo isso, o estranho se levantou e jogou uma moeda dourada em cima do balcão. Começou a andar devagar até a porta que o levaria para outra jornada.
“Quem eu sou? Acredito que só uma jornada me daria essa resposta”-Disse encarando a rua la fora.
“E que jornada seria essa, sai?”
“Talvez uma jornada para enfrentar meus demônios. Acredito que todos nós temos demônios a matar.” - Então o homem olhou mais uma vez pra Roland como se nunca mais fosse vê-lo. “Mas se mesmo assim quiser um nome, mister, descubra que nomes são como certas bebidas: Nós as bebemos e nunca mais esquecemos seu gosto.”- Falando isso, o homem se foi. Roland não sabia bem para onde, mais sabia uma coisa.
“Os demônios que esse cara encontrar vão tomar um chute bem no meio da bunda”- Pensou consigo.Então, tomou o ultimo gole do que sobrou da bebida. Ao acabar, olhou para a garrafa que possuía uma embalagem preta com um nome nela.
“Então esse é o nome.” – Pensou consigo mesmo e começou a sorrir.
O pistoleiro se levantou, agora com suas forças renovadas e caminhou até a rua.
Chegando lá, percebeu que não sentia mais aquele cheiro estranho. E na verdade, não era um cheiro de armas fumegantes como pensara outrora, era o cheio da procura, o cheiro da busca por algo. Ele conhecia aquele cheiro.
Assim continuou sua busca pela torre.