segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Jogando coisas fora.

Vi hoje que meu porão está cheio
De fotografias de gente que já foi embora
De declarações de amor malfeitas e incompreendidas
De cartas cheias de palavras vazias que se perdem com o tempo
De relações ruins
De caminhos mal resolvidos
De amizades fragmentadas
Do suspiro que senti uma vez ao meu lado na cama
e que hoje já nem lembro mais de quem era
Meu porão está cheio
Cheio de dúvidas
Cheio de crises
Cheio de medo
Cheio de solidão
Solidão essa companheira
velha de guerra já desgastada
pedindo separação

Então joguei tantas coisas fora
coisas que não quero mais
algumas eu ainda guardo
na esperança de que deixem boa lembrança.
Só pra trazer de novo pra casa
coisas velhas pra guardar
e encher o porão de novo.
Pra achar que alguma coisa vai acontecer
Melhor fingir que nada aconteceu.